O placar inalterado ao final de 90 minutos é uma pista de que a equipe precisa melhorar no sistema ofensivo. Mas o 0 a 0 não conta toda a história de uma partida que teve em Fábio, o goleiro do São José, o melhor em campo, com ao menos três grandes defesas para evitar o que poderia ser até uma vitória folgada do Inter.

No quinto jogo com Ramírez, a equipe já mostra compreensão das ideias do treinador mesmo com trocas a cada partida. Mudam – às vezes muitas, às vezes poucas – as peças, mantêm-se o esquema no 4-3-3 e as mecânicas do jogo de posição pretendido pelo técnico.

Novamente se viu um Inter que executa a saída de três com o volante entre os zagueiros, que tem os extremas sempre colados à linha lateral, e que constrói o jogo por baixo. A equipe progride com a bola, tenta ter superioridade de atletas em cada setor do campo e pressiona o rival quando perde a bola.

A tônica do jogo contra o São José foi ver apenas Daniel no campo de defesa colorado. Todos os outros 21 jogadores estavam posicionados à frente do meio-campo. Mas as coisas fluem para o Inter de Ramírez até esbarrar em uma defesa fechada. Aí as dificuldades ainda são intransponíveis.

A equipe sofre para criar, e os números da partida estão aí para provar. O Inter teve 71% de posse de bola nos 90 minutos. Finalizou 16 vezes – seis delas na direção do gol. E abusou de cruzamentos. O Colorado ergueu 32 bolas na área. Só cinco foram aproveitadas.

O Zeca tinha todos os seus atletas em linhas recuadas, protegendo a área. E o jogo colorado não fluiu. Mesmo com os três atacantes posicionados na altura da grande área, e com meias centrais e os laterais bem próximos, também adiantados. Mas estáticos, sem conseguir abrir espaços.