Esportes
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No contexto atual, o que faria um torcedor do Inter parar em frente à TV num sábado à noite para ver o time jogar fora de casa diante do Palmeiras? Porque, convenhamos, é difícil de assistir e aceitar a comovente desmobilização colorada. O fim de ano é melancólico e sem perspectiva alguma. O interminável 2023 se arrasta data Fifa a dentro, assim como o time de Eduardo Coudet dentro de campo.
Talvez um dos motivos não fosse nem o próprio Inter, mas sim o Palmeiras, que briga diretamente com o Grêmio pelo título brasileiro. O que se esperava aconteceu. A equipe gaúcha jamais entraria em campo para facilitar a vida dos paulistas para prejudicar o rival. Mesmo querendo ser competitivo, a derrota, previsível antes da bola rolar, veio ao natural.
Para ser justo, o Colorado até teve lampejos. Obrigou Weverton a fazer boas defesas no primeiro tempo. Alan Patrick furou em boa chance criada por Valencia. Mas bastou sofrer o gol para todos desmoronarem tecnicamente e emocionalmente. O time ficou desanimado, e o treinador, novamente, não apontou soluções para os problemas.
Coudet, aliás, completou um turno contra o Palmeiras. Em 19 jogos no Brasileiro, soma apenas cinco vitórias. São menos de 37% de aproveitamento com o argentino, abaixo da campanha geral do Cruzeiro, assombrado por mais um rebaixamento. Após a goleada, reclamou do cansaço dos atletas. O calendário, diga-se de passagem, é difícil para todos.
É preciso dizer que o trabalho de Chacho não é bom. Os números atestam tal afirmação. Em campo, o time pouco ou nada evolui - parece estagnado e previsível - e tem repertório curto. A equipe depende muito do individual. Quando as peças sucumbem, o coletivo não sustenta.
Alessandro Barcellos e Roberto Melo, candidatos à presidência, defendem a continuidade de Coudet. Pelo que se vê nas redes sociais, a maioria dos fervorosos torcedores também apoia a sequência do trabalho para 2024.
O fim de ano é decepcionante. O desempenho recente coloca em xeque até uma das vagas à Sul-Americana, o que deveria ser obrigação para um elenco de R$ 11 milhões mensais. O fantasma do Z-4, por ora, não assusta. Faltam dois pontos para atingir a linha de corte considerada segura. Os próximos rivais serão Bragantino (casa), Cuiabá e Corinthians (fora) e Botafogo (casa).
Agora, o elenco terá duas longas semanas de trabalho por conta da data Fifa, em preparação para quase nada. A reta final de temporada é sem graça, um fim de feira. A xepa colorada, das quatro últimas rodadas do Brasileirão, é para terminar de forma digna o campeonato e, ao menos, garantir as sobras de mais um ano ruim e sem títulos.
G1
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